O Laudo Suíço
Há cem anos atrás o Barão do Rio Branco, ministro das Relações Exteriores, conseguiu que fossem estabelecidos os limites territoriais, demarcando a fronteira entre o Oiapoque e a Guiana Francesa. A demarcação das terras, porém, não significou a separação dos povos que continuaram se relacionando amistosamente.
Nos últimos anos, a relação de cooperação entre brasileiros e franceses, vem se fortalecendo dia a dia. O espírito de cooperação e participação do governo amapaense foi, e continua sendo, objeto de atenção de várias personalidades nacionais e internacionais.
Abaixo, transcrição da sentença arbitral do Laudo Suíço em francês e português:
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Cronologia sobre o Laudo Suíço |
> 02 de maio de 1895 - O presidente do Triunvirato do Amapá, em resposta à solicitação da população de Cunani, em carta de 25 de abril de 1895, comunica à referida comunidade que providenciou a prisão de Trajano e seus comparsas, através do major Félix Antonio de Souza, do Exército Defensor do Amapá.
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> 15 de maio de 1895 - O governador de Caiena, Mr. Charven, encarrega o Capitão Lunier que, ao comando da canhoneira Bengali chega ao Amapá com 80 "gendarmes" da Legião Estrangeira, com a intenção de forçar Cabralzinho a soltar Trajano. A invasão à vila de Amapá, sede do Triunvirato, deixa um saldo de dezenas de mortos e feridos do lado brasileiro, alguns soldados do lado francês, e a morte do capitão Lunier pelos comandados de Cabralzinho. O conflito demorou menos de duas horas, e os franceses fugiram na canhoneira, pois a maré estava baixa e seu navio poderia ficar prejudicado. Ver 26 de maio de 1895.
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> 26 de maio de 1895 - O jornal O PAIZ, do Rio, é o primeiro a noticiar o conflito ocorrido no dia 15 de maio de 1895, na versão da imprensa francesa.
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> 30 de maio de 1895 - O jornal A Província do Pará relata, pela primeira vez, e com atraso de 15 dias, o conflito ocorrido no Amapá em 15 de maio.
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> 31 de maio de 1895 - O governador da Guiana Francesa, Mr. Charvein, envia ao governo francês notícias contraditórias sobre o conflito ocorrido no Amapá, tentando justificar o envio de forças à vila de Amapá em 15 de maio de 1895. A notícia foi publicada no jornal paraense O DEMOCRATA, primeira página.
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> 06 de junho de 1895 - O jornal Diário de Notícias narra a preocupação do ministro francês, presidente do Conselho de Ministros da França, em resolver a questão do Amapá de forma pacífica, entre a França e o Brasil.
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> 10 de junho de 1895 - Iniciam-se as negociações entre os governos da França e do Brasil, referentes à questão de fronteiras da região contestada.
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> 11 de junho de 1895 - Jornais franceses como o Le Temps, começam a
produzir artigos referentes à questão do Amapá, dando um cunho de possíveis vitórias para o lado brasileiro. |
> 18 de junho de 1895 - O Jornal do Commercio publica nesta data notícias a respeito do governador de Caiena, Mr. Charvein, que manda um telegrama ao ministro da Fazenda, noticiando versões diferentes sobre Cabralzinho.
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> 27 de junho de 1895 - O jornal O Democrata, de Belém (Pará), divulga declarações de um engenheiro militar francês sobre a importância estratégica da região contestada do Amapá.
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> 25 de setembro de 1895 - O governador Charvein, principal responsável pelo massacre de Lunier ao Amapá em 15 de maio, é demitido e substituído por Mr. Lamothe (Ver 17 de setembro), que recebe autorização para devolver, imediatamente, as bandeiras brasileiras e os prisioneiros encarcerados, para partirem no primeiro navio a sair de Caiena.
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> 21 de novembro de 1895 - O cientista Emílio Goeldi, enviado à região contestada do Amapá, faz um relatório ao ministro das Relações Exteriores, sobre a situação da fronteira e as conseqüências do massacre francês ao Amapá.
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> 10 de abril de 1897 - Brasil e França assinam acordo para decisão da Questão do Amapá.
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> 02 de dezembro de 1898 - É instalada na vila de Cunani, a Comissão Mista Franco-Brasileira. Ver 2 e 12 de janeiro de 1899.
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